Sociedade secreta de raparigas (Sociedade Secreta de Raparigas #1)

Título original: Secret society girl
Autor: Diana Peterfreund
Nº de páginas: 301
Preço: 14,54€
Editora: Alêtheia Editores
Coleção: Sociedade Secreta de Raparigas
"Um divertidíssimo romance juvenil... como se a Bridget Jones fosse uma das personagens do Código Da Vinci...
Amy Haskel, uma aluna do 3º ano da elitista Universidade de Eli, nunca esperou ser recrutada para a Rosa & Tumba, a sociedade secreta mais poderosa e notória do país. Não é rica, não tem ligações políticas... nem sequer é homem. Por isso, quando Amy recebe o convite distinto debruado a preto com o selo da Rosa & Tumba, sente-se explodir. Não se teriam enganado?
Arrastada para um ritual iniciático que parece um misto de Harry Potter com Alfred Hitchcock, Amy acorda no dia seguinte para uma nova realidade e todo um novo grupo de «amigos» - desde o deslumbrante filho de um governador conservador, a uma activista lésbica afrocêntrica. E eis que Amy começa a descobrir a verdade sobre os sonhos tornarem-se realidade. É que a Rosa & Tumba afasta-a rapidamente do seu mundo familiar das aulas e festarolas, isolando-a de todos e ameaçando uma amizade promissora que bem podia ser colorida. Tudo isto, antes de descobrir que o seu primeiro dever como membro da Rosa & Tumba é envolver-se numa conspiração de dinheiro e poder que, com toda a probabilidade, lhe vai arruinar a vida por completo."


Opinião
Se tivesse que escolher um livro para ler quando me sentisse triste, este seria com certeza uma das primeiras hipóteses. Não importa a página em que abrimos, conseguimos sempre encontrar uma citação engraçada ou uma situação caricata.

Tudo começa quando Amy Haskel é recrutada para uma entrevista. Pensado que se trata da sociedade Pena & Tinta, e tento a certeza que o seu lugar se encontrava praticamente assegurado, uma vez que é a editora da revista literária, Amy encara a entrevista com alguma tranquilidade. Quando é confrontada, acaba por ficar surpreendida e responder a algumas perguntas conforme o seu carácter: dizer tudo o que pensa. O resultado é que a entrevista corre horrivelmente mal.

Apesar de tudo, Amy acaba por ser recrutada para a Rosa & Tumba, a verdadeira sociedade que a estava a entrevistar e que também é uma das sociedades mais influentes do país. Na iniciação, acabam por expô-la a situações perigosas e que a vão deixar com os nervos em franja. Passada esta fase, Amy entra na sociedade e integra a primeira turma com membros femininos. É exatamente este facto que vai levantar mais problemas nos membros mais influentes da sociedade. É que os "manda chuva" não querem a presença de mulheres e começam a arquitetar um plano para tramar todos aqueles que se oponham. Amy e os seus colegas de turma tem de fazer tudo o que podem para o evitar.

Este livro veio parar-me às mãos através de uma amiga. Ela já me tinha falado várias vezes dele mas eu ainda não tinha coragem de o ler. Ainda bem que me resolvi a fazê-lo. É daqueles livros que não conseguimos abandonar um sorriso enquanto lemos. É muito divertido.

Gostei bastante do estilo de escrita da autora. Quando tem de enumerar uma situação, a autora acaba por organizar as ideias por tópicos, em vez de fazer uma descrição exaustiva. Este pormenor torna o livro mais leve. Também gostei bastante da personalidade da protagonista. Acho que a Amy está praticamente perfeita. Não é uma personagem construída a partir de um passado problemático e isso faz com que seja engraçada e descontraída. Para além disso, o facto do livro ser escrito na primeira pessoa e podermos saber o que a Amy pensa e ser uma personagem impulsiva também nos proporciona momentos bastante divertidos.

Por fim, queria apenas de acrescentar que tenho pena que a continuação deste livro não tenha sido publicada no nosso país, pois gostaria de continuar a acompanhar as aventuras de Amy e da sua turma.

Citações
"- A sua presença é requisitada no nº750 da College Street, quarto 400, às duas da tarde."

"- Rosa & Tumba: aceite ou rejeite.
(..)
- Aceito"

"Malcolm Cabot era o Sombra Sorridente. E estava na Rosa & Tumba."

"Não. Algo raspou no fundo, ou talvez fosse só o caixão, a ser arrastado pelo chão. Senti-me a deslizar para a frente, como se preparasse terreno, até que algo me salpicou as pernas. Água, que começava a entrar pelas frestas do caixão. Oh, meu deus, eles iam fazê-lo! Iam largar-me dentro da piscina!
-Parem! Parem, por favor! - guinchei, pontapeando com toda a força que me restava. As paredes de madeira do caixão não cederam um milímetro.
Oh, céus, não sei nadar. Não sei nadar! Deixem-me sair, por favor, não me afoguem!"

Personagens
  • Amy Haskel
  • Malcolm Cabot
  • Brandon Weare
  • Lydia Travinecek
  • Clarissa Cuthbert
  • George Harrison Prescott

Excerto
Decerto que já ouviram as lendas. Somos o segredo oculto da Ivy League. Mandamos no país, até nos Estados a que era suposto não ligarmos nenhuma, como o Nebraska. Começamos guerras, coordenamos golpes de Estado, e a nossa mão está presente quando se escreve a Constituição de uma nova nação. Todos os candidatos presidenciais são membros - dessa forma, quem ganhar, estará sempre sob a nossa alçada.
Os meios de comunicação temem-nos, o que é uma parvoíce, sabendo que todos os executivos das cadeias de imprensa escrita e televisiva do país já são membros da nossa irmandade. Há mais de um século que controlamos todos os aspectos dos meios de comunicação, desde decidir os filmes que são aprovados até escolher o próximo Ídolo Americano (ou achavam mesmo que as vossas mensagens de texto contavam para a votação?).
Somos donos da maioria dos edifícios da universidade, bem como de quase todos os terrenos da cidade, além de termos interesse em quase todos os outros. A polícia local trabalha para nós. O presidente da câmara vive no nosso bolso. Não existe um estudante na faculdade que não tenha medo de passar à frente dos nossos jazigos, que se atravesse no nosso caminho.
As eleições na nossa sociedade constituem um bilhete de entrada numa vida muito além do que possam imaginar. O sucesso é nosso direito inato desde o momento em que emergimos dos nossos caixões iniciáticos para as novas vidas como membros da sociedade. Qualquer trabalho que desejamos encontra-se ao nosso alcance, e qualquer fora do deles. Quando nos formamos, somos presenteados com uma avultada soma, além de carros desportivos, antiguidades valiosas e uma mansão numa ilha luxuosa privada. Jamais seremos presos. Jamais ficaremos pobres. A sociedade cuidará disso.
A nossa lealdade para com a sociedade ultrapassa todos os outros aspectos das nossas vidas - a família, os amigos, até a vida amorosa. Se alguém, até mesmo alguém de quem gostamos do fundo do coração, mencionar o nome da sociedade na nossa presença, vemo-nos obrigados a abandonar a sala de imediato e nunca mais lhe dirigir a palavra.
Não podemos dizer a ninguém que somos membros. Não podemos deixar entrar na nossa tumba quem não seja membro, sob pena de morrer.
Não podemos deixar a sociedade nem revelar os seus segredos, sob pena de morrermos.

A minha opinião no Goodreads: Sociedade secreta de raparigas
4*

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