A cada dia

Título original: Every day
Autor: David Levithan
Nº de páginas: 288
Preço: 14,93€
Editora: Topseller

"A cada dia, A acorda no corpo de uma pessoa diferente. Nunca sabe quem será nem onde estará. A já se conformou com a sua sorte e criou regras para a sua vida: Nunca se apegar muito. Evitar ser notado. Não interferir.
Tudo corre bem até que A acorda no corpo de Justin e conhece Rhiannon, a namorada de Justin. A partir desse momento, as regras de A não mais se aplicam. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer estar a cada dia, todos os dias."




Opinião
(Mais um livro em que a opinião chega quatro meses depois...)

Num livro com uma sinopse que nos parece intrigante e curiosa, chega-nos a invulgar história de A. Não sabemos ao certo quem ou o que é A. É qualquer coisa, quase como se fosse um espírito ou uma alma, algo extracorporal. A tem a capacidade de acordar todos os dias num corpo diferente, numa cidade estranha e numa família que não conhece. Nunca repete a mesma pessoa duas vezes. Tenta sempre manter as coisas como estavam quando acordou naquele corpo, fazendo com que a vida do hospedeiro se mantenha igual, não fazendo alterações.


A já se tinha habituado ao seu destino, até ao dia em que acorda no corpo de Justin e se apaixona pela namorada deste, Rhiannon. A continua a mudar de corpo, mas não esquece Rhiannon e vai quebrar todas as regras para poder estar com ela a cada dia. E assim que começa propriamente dita.


A história é sem dúvida uma das mais invulgares e originais que eu já vi. O facto de A não ser uma personagem "humana", e de o próprio leitor não conseguir compreender de facto o que é pode ser um pouco confuso, mas à medida que a história vai avançando é possível esquecer este pormenor e encarar A como um ser humano.


Uma das coisas que mais gostei neste livro foi a diversidade de temas que acabam por ser abordados no livro. Desde o fanatismo religioso, à toxicodependência e ao suicídio, A acorda em todos os tipos de corpos, com os mais diversos problemas e vícios.


O final é um pouco agridoce. Consigo perceber a escolha de A, mas estava à espera de um final um pouco mais feliz. Não sei, acho que queria saber o que acontece com A, porque este final, em vez de ajudar a esclarecer algumas dúvidas, ainda desperta mais algumas na minha mente. Às vezes até parece que o autor não sabia como havia de acabar a história e inventou para ali qualquer coisa.


Este é sem dúvida um livro para nos fazer pensar acerca da vida e de tudo o que temos como certo. Uma leitura que recomendo.


Citações
"O que será que tem o momento em que nos apaixonamos? Como é que tão pequena medida de tempo pode conter tal grandiosidade? De súbito, apercebo-me do porquê de as pessoas acreditarem em déjà vu, acreditarem que viveram vidas passadas, porque nem por sombras os anos que eu passei nesta terra podem abarcar o que estou a sentir. O momento em que nos apaixonamos parece ter séculos atrás de si, gerações - todos a redistribuirem-se para que este cruzamento preciso e notável possa acontecer. No coração, nos ossos, por maior tolice que saibamos ser, sentimos que tudo nos tem trazido a este momento, todas as setas secretas apontavam para aqui, o universo e o próprio tempo arquitetaram isto há muito, muito tempo, e só agora nos apercebemos, só agora estamos a chegar ao sítio onde sempre estivemos destinados a chegar."

"Acordo a pensar em ontem. A alegria está na recordação; a dor está em saber que foi ontem."

"O passado e o futuro é que são complicados. O presente é que é simples. Essa simplicidade é a sensação de ser apenas eu e ela."

"Ela é o meu primeiro e único amor. A maioria das pessoas sabe que o seu primeiro amor não será o único mas, para mim, ela é os dois. Esta será a única hipótese que me vou permitir. Isto nunca mais vai acontecer."

Excerto
Podes ler aqui um excerto deste livro
5*

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